Hildebrando de Castro
Nascido em Olinda, cuja trajetória inicia-se no final dos anos 1970 e, desde então, já exibiu em espaços centrais da cena contemporânea brasileira, assim como em instituições internacionais de prestígio.
Em todas essas ocasiões, o que se destaca é a singularidade de seu olhar: uma arte que não busca apenas refletir o mundo, mas reconfigurá-lo por meio da forma, da luz e da memória visual urbana. Sua pesquisa técnica transitou entre o lápis de cor, o pastel seco e, a partir de 1999, a tinta a óleo, meio no qual alcançou um refinamento notável durante os anos em que viveu em Nova York. Nesse período, consolidou uma pintura de figuras ora comuns, ora excêntricas, em cenas dramatizadas por luzes e enquadramentos claramente inspirados na linguagem fotográfica.
A partir dos anos 2000, sua produção passou a explorar retratos com rostos difusos, brinquedos inquietantes e paisagens indefinidas — imagens que tensionam o reconhecimento e o estranhamento.
Em 2010, iniciou a série “Janelas”, na qual traduz fachadas urbanas em composições acrílicas rigorosamente geométricas. Essas obras, como outras em sua carreira, partem de fotografias, mas não se limitam a elas: Hildebrando manipula a superfície pictórica com um olhar agudo para a tridimensionalidade, desafiando as fronteiras entre o real e sua representação.