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Reynaldo Fonseca

Sem título

Óleo sobre tela
100 x 80 cm

Reynaldo Fonseca nasceu em 31 de janeiro de 1925, em Recife. Foi um pintor, muralista e ilustrador pernambucano, Reynaldo contava que, na infância, nenhuma brincadeira lhe agradava, só queria desenhar. Ainda criança, começou a estudar na Escola de Belas Artes do Recife. Com 20 anos, fez sua primeira exposição de desenhos e pintura no Grande Hotel do Recife, com 26 óleos, três desenhos a lápis, dois pastéis e duas aquarelas. Em 1936, passa a frequentar como ouvinte a Escola de Belas Artes de Pernambuco, no Recife, sendo aluno de Lula Cardoso Ayres. Em seguida, Reynaldo faz curso de magistério em desenho. No começo da década de 1940, ele vai morar no Rio de Janeiro, onde passa a estudar com Cândido Portinari por seis meses.

Reynaldo Fonseca é um dos fundadores da Sociedade de Arte Moderna do Recife – SAMR, associação que propôs a ruptura com o sistema acadêmico de ensino e a criação de um amplo movimento cultural, abrangendo as áreas de educação, cultura, artes plásticas, teatro e música. Estudou gravura em metal com Henrique Oswald no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro, entre 1949 e 1951. Além da gravura, utiliza a aquarela e, predominantemente, a técnica de óleo sobre tela, apresentando uma produção figurativa. No início da década de 1950, tornou-se professor catedrático de desenho artístico na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Pernambuco (UFPE). Participa ainda do Ateliê Coletivo, fundado por Abelardo da Hora, em Recife, realizando cursos de desenho.

Enquanto pintor se manteve deliberadamente à margem das correntes artísticas que buscam renovar a arte no país. Com uma produção figurativa, Reynaldo realizou trabalhos em aquarela, gravura e principalmente em óleo sobre tela ou duratex. Revelando grande domínio do desenho e o uso cuidadoso da gama cromática. Além disso, fazia uso de recortes fotográficos impressos em jornais e revistas, como inspiração para seus quadros. Manteve ao longo de sua carreira temas recorrentes, como as cenas familiares com crianças e animais, nas quais predomina um clima de sonho, inquietação e estranheza, que evoca o surrealismo e a pintura metafísica.

Embora a sua pintura figurativa tenha o seu fundamento no clima de sonho e mistério em que as “cenas familiares”, como ele chama seus quadros, era apresentada, Reynaldo conseguiu ir além da a dicotomia, quase obrigatória na produção visual do século XX, entre a arte que se comunica em larga escala e a que possui um conteúdo efetivamente instigante. O artista inspirou-se em pinturas do primeiro Renascimento italiano e flamengo, também nos pintores primitivos norte-americanos dos séculos XVIII e XIX e nos surrealistas em geral. Reynaldo Fonseca voltou a sua produção visual na armação de enigmas, a meio caminho entre o metafísico e o fantástico.