Roberto Burle Marx
Roberto Burle Marx nasceu em 4 de agosto de 1909, em São Paulo, foi um paisagista, arquiteto, desenhista, pintor, gravador, litógrafo, escultor, tapeceiro, ceramista, designer de jóias e decorador brasileiro. Durante a infância, viveu no Rio de Janeiro, em 1928, mudou-se com a família para a Alemanha. Em Berlim, estuda canto e se integra à vida cultural da cidade, frequentando teatros, óperas, museus e galerias de arte. Em seguida, entra em contato com obras de artistas como Vincent van Gogh, Pablo Picasso e Paul Klee.
Nos jardins e museus botânicos de Dahlen, em Berlim, Burle Marx entusiasmou-se ao encontrar exemplares da flora brasileira. Retornando ao Brasil, fez curso de pintura e arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), no Rio de Janeiro, entre 1930 e 1934, onde foi aluno de Leo Putz, Augusto Bracet e Celso Antônio. Em 1932, realiza seu primeiro projeto de jardim para a residência da família Schwartz, no Rio de Janeiro, a convite do arquiteto Lúcio Costa, que realiza o projeto de arquitetura com Gregori Warchavchik. Entre 1934 e 1937, Burle Marx ocupa o cargo de diretor de parques e jardins do Recife, Pernambuco, onde passa a residir. Nesse período, vai com frequência ao Rio de Janeiro e tem aulas com Candido Portinari e com o escritor Mário de Andrade, no Instituto de Arte da Universidade do Distrito Federal. Em 1937, retorna ao Rio de Janeiro e trabalha como assistente de Candido Portinari.
Inspiradas nas formas da natureza, as pinturas e os desenhos de Burle Marx se unem à vida e ao trabalho do paisagista e do botânico que, ainda no final da década de 1930, faz a integração de sua obra paisagística à arquitetura moderna, época em que o artista experimenta formas orgânicas e sinuosas na elaboração de seus projetos. O estudo da natureza brasileira é fundamental no trabalho de Burle Marx. Como botânico e pesquisador, ele viajou pelo país, em busca de espécies vegetais, desde plantas amazônicas a plantas do sertão nordestino. Sua obra é inicialmente marcada pela natureza-morta a partir da flora brasileira, incorporando também soluções formais do cubismo, com traços sinuosos e cores mais sóbrias.
Suas pinturas de cidades, entre as décadas de 1930 e 1940, trazem linhas retas e geométricas, além de cores mais sóbrias. Nesse mesmo período, percebe-se em algumas de suas obras a passagem gradual para o abstracionismo. A partir da década de 1950, a sua pintura atinge uma linguagem própria, apesar de ter a natureza como inspiração, sua obra passa a ser essencialmente abstrata, marcada pela exploração da linha e da cor, a paleta passa a incluir nuances de azul, verde e amarelo mais vivos. Onde o trabalho com a cor está associado ao desenho, que se sobrepõe e estrutura a composição. Nos anos 1980, passa a realizar composições geométricas em acrílico: com contornos desenhados com a cor, as telas têm aspecto fluído e flexível, ganhando leveza.